Nota Imprensa / N.º 8 – Abril 2017 - Direcção Nacional
28 DE ABRIL DIA NACIONAL DE PREVENÇÃO E
SEGURANÇA
Agir e lutar por melhores
condições de trabalho
Respeitar e valorizar os
trabalhadores
O estabelecimento de um dia
consagrado aos trabalhadores vítimas de acidentes de trabalho e doenças
profissionais e à reflexão sobre as questões da segurança e saúde no trabalho é
de extrema importância, mas não chega.
A verdade é que o número de
homens e mulheres que perdem a vida no trabalho ou por causa do trabalho
continua a ser excessivo, havendo ainda que contar o número daqueles que ficam
totalmente incapacitados ou com graves sequelas para a vida.
Como afirma a nossa Constituição,
a vida humana é inviolável, bem como a integridade moral e física das pessoas.
No entanto, sob o pretexto da crise
económica, os últimos anos foram marcados pela degradação das condições de
trabalho que agravaram os riscos para a saúde dos trabalhadores em geral e a
dos trabalhadores da Administração Local em particular.
Todas as medidas impostas pelo
anterior governo PSD/CDS, visaram o embaratecimento e a desvalorização do
trabalho, a degradação das condições de trabalho e o esvaziamento dos
organismos de controlo e fiscalização do cumprimento da legislação laboral,
como a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), chegando ao ponto de
transferir as competências para a inspecção das condições de trabalho da
administração pública, nas áreas dos acidentes de trabalho e doenças
profissionais, para a responsabilidade do Ministério das Finanças.
O desrespeito da negociação
colectiva, o agravamento das desigualdades e da precariedade no sector,
contribuíram igualmente para o incremento da sinistralidade laboral
e o aparecimento de novos riscos
e doenças profissionais, designadamente de natureza psicossocial, desconhecendo-se
a sua real dimensão.
Neste contexto, é muito
importante o apelo lançado neste dia, pela Organização Internacional do
Trabalho (OIT), para a recolha de dados de segurança e saúde ocupacionais
fiáveis para a identificação de novos perigos e riscos emergentes, bem como a
identificação de grupos de risco, essenciais ao desenvolvimento e implementação
das medidas de prevenção adequadas à melhoria das condições de segurança, saúde
e bem-estar nos locais de trabalho.
Estes objectivos exigem que se
valorize cada vez mais o papel desempenhado pelos trabalhadores e pelas suas
estruturas representativas nos locais de trabalho.
Depois de uma brutal ofensiva
contra os trabalhadores, a actual legislatura tem sido marcada por uma nova
fase de recuperação de direitos e pela tomada de medidas de sentido positivo.
Uma delas é a devolução à ACT das competências inspectivas na saúde e segurança
na Administração Pública, medida que sempre defendemos e que terá de ser
acompanhada com o indispensável reforço dos meios, nomeadamente, dos corpos
inspectivos, para o exercício dessas competências.
Mas é também claro que, apesar
dos avanços alcançados, são ainda e muitos os graves problemas que afectam os
trabalhadores e as suas condições de trabalho.
Problemas como os baixos
salários, a precariedade, as péssimas condições existentes em muitos locais de
trabalho, a sobrecarga, o desgaste físico e psíquico, a elevada insalubridade,
penosidade e risco de muitas profissões, são matérias que continuam sem
respostas concretas por parte do governo, mas também de muitas autarquias que
continuam a ignorar e a violar direitos fundamentais dos trabalhadores.
Neste dia, em que recordamos os
trabalhadores que perderam a vida ou a saúde a trabalhar, reafirmamos que não
tem de ser assim, que não pode ser assim e que vamos prosseguir a luta pelo
trabalho com direitos, por ambientes de trabalho seguros e saudáveis e pela
concretização das seguintes reivindicações:
- O cumprimento das normas de
segurança e saúde nos locais de trabalho, designadamente no que respeita à
qualidade das instalações, equipamentos de protecção colectivos e individuais,
serviços de segurança e de saúde ocupacional devidamente qualificados;
- O reforço dos meios da ACT e a
exigência da sua intervenção na fiscalização dos normativos legais, para dar
resposta atempada às solicitações, em particular àquelas que são colocadas
pelos trabalhadores ou seus representantes;
- A adequada organização e
funcionamento efectivo dos serviços de segurança e medicina no trabalho, assegurados
por técnicos especializados e devidamente habilitados;
Lisboa, 28 de Abril de 2017
A Direcção Nacional do STAL
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